sábado, 8 de novembro de 2008

Diabólicas perversões ou Quebra de parâmetros ou Sim

Para Guilherme

O azul é a cor da doença e da cura. O branco é a pureza, pois tem todos os sentimenetos dentro de si, o preto é como a elegência, o nada que se parece com tudo (e o é, algumas vezes; afinal: as coisas que são justamente o contrário das outras não seriam essencialmente as mesmas?). O amarelo o desespero e a riqueza (e não é que tem ligação mesmo essas duas coisas?), o desejo é vermelho, o amor é rosa, me disseram que a saudade é cinza, e a loucura? A loucura é verde...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Bem-aventurados os que são como crianças porque herdarão o reino dos céus

Calma, eu não virei evangélico! Nada contra, mas eu não levo jeito. É que nunca tinha entendido esta frase da Bíblia, o que aliás é muito comum em todo menino de tradicional família católica que apenas ouve e não entende as coisas que recebe... é que eu estava pensando hoje, mas o começo desse raciocínio já me segue há algum tempo.
Eu não sei se estou ficando mais velho e por isso mais perceptivo ao preconceito ou mesmo mais apto a julgamentos fáceis e olhares preconceituosos (mais pintoso, digamos assim, com todo o respeito, pois falo de mim mesmo), mas agora eu tenho notado essas coisas, que nunca (repito: nunca) havia notado.
E hoje aconteceu algo bem típico. Sabe quando parece que ninguém quer se sentar ao seu lado no ônibus e você tem a neura de se sentir excluído, ou até mesmo perseguido de maneira ruim? Então, hoje eu me senti assim, porque senti que algumas pessoas realmente não quiseram se sentar perto de mim (ou pode ser apenas neurose minha), mas quem se sentou foi justamente uma mulher aparente bobinha, sabe daquelas que não sabem nada da vida e ainda foi educada e simpática, e você sente que isso vem da pessoa, provavelmente ninguém a ensinou a ser assim... enfim, ela é inocente como uma criança, no sentido de pureza mesmo de espírito, de estado da alma... ela não foi corrompida.
Agora começo a entender essas palavras presentes na Bíblia e vim pensando no caminho de casa, depois de ter passado por isso de manhã, que o reino dos céus começa aqui mesmo, pois você é bom, simpático, educado, generoso e principalmente, tem respeito pelas pessoas para viver bem enquanto você é vivo, pois depois que você morrer, nem você saberá que já está morto. E sua delicadeza (ou grosseria) não valerão de nada.

E depois: confesso que às vezes é mais fácil ser mesmo ingênuo... eu mesmo acho que seria tão mais feliz... você não acha?

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O instante

Um mês depois eu retorno para dizer como as coisas são bizarras e engraçadas e como elas podem se transformar e serem ao mesmo tempo extremamente necessárias. O meu tesão sexual por uma pessoa, por exemplo, em fração de segundos (se é que o tempo interessa de algo) transformou-se numa amizade em razão de um singelo, e até bonito, beijo no rosto.
E é como se aquele beijo no rosto fosse extremamente necessário, não apenas para dizer que o tesão acabou, mas que as coisas passam e que temos de aproveitar O momento, O instante, porque três horas antes daquele beijo no rosto, estes dois agora recém-amigos ainda sentiam vontade de transar um com o outro.
É estranho, né? Mas é como eu ouvi uma vez num filme: "naquele momento, eu pensava que seria o começo da felicidade; só não sabia que era A felicidade"

Não sei se postei algo legal, mas só queria dar um up neste blog depois de dias e mais dias sem postar e alguns momentos de briga pela internet cair toda hora... rsrs... mas sempre estarei aqui, espero (para falar coisas boas ou não... até porque depende do que seja bom para quem lê e para quem escreve...)

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Ilirismo

Hoje pensei em falar de como a prefeitura tira vagas de trânsito nas ruas justamente para implantar parquímetros para cobrar os estacionamentos numa das vagas que ela tirou. É tão estranho, meio ilógico que beira ao ridículo, porém necessário se pensarmos bem. Mas eu não queria falar disso. Na verdade, eu nem sei do que quero falar.
Acho que no fundo, eu só quero preenhcer mais um post que raras pessoas (entendam em vários sentidos, por favor) irão ler. Só para eu dizer que ainda estou vivo... coisa que não sinto mais. Sinto como se eu passasse por mim, mas eu não sentisse sendo, muito menos sendo eu...
Sempre quero ou o passado ou o futuro e nunca o presente, porque o presente, o presente é completamente suportável e real. É horrível tocar nas coisas e elas serem justamente como eu achei que elas seriam... (imagine há quatro anos eu nem pensaria em falar isso...)
Ah, isso ficou horrível como minha alma desbotada está hoje... será que eu ainda acredito em milagre e em lirismo?

Ou é melhor apenas acreditar nos lírios?

domingo, 31 de agosto de 2008

Pra que mentir? Fingir que não acontece?

É tão gostoso quando somos nós mesmos, não é? Até acho que em algum outro post eu já coloquei isso, mas discorrerei sobre este tema aqui também: são horríveis as pessoas que não se conhecem. A gente nunca vai conseguir ser totalmente livre e nem tampouco se conhecer totalmente, é algo onírico, mas é quase vital que saibamos o que somos, como agimos em determinadas situações, até mesmo para sabermos enfrentar e respeitar e conhecer os outros.
Este post era para ficar muito maior (quando pensei) e muito menos repetitivo, mas pararei por aqui. Porque sinto, sei, que não quero falar mais nada, que parece que estou realmente sendo redundante, como mesmo neste último parágrafo.

sábado, 23 de agosto de 2008

Ócio criativo...

Por que será que nos meses de férias é que mais tem post nesse blog?

sábado, 9 de agosto de 2008

"Uma camisa de força (ou de vênus)"

Não queria fazer daqui nenhum blog sentimental ou pessoal demais, mas aqui vai um post totalmente sentimental e pessoal. Bem, pra começar vou falar como estou me sentindo agora: pernas estranhamente doloridas, ouvindo Zé Ramalho num CD emprestado de uma colega, depois de ter ido beber com uma amiga (uma das melhores, sem detrimento das outras, por favor), depois de me ter masturbado pensando no garçom... ah, sim, depois da dor de cabeça insuportável que se seguiu à masturbação (que até foi muito boa) e a leitura de uma revista de arte, cuja assinatura acho inútil quase sempre que vejo a ordem de saque no papelzinho do banco avisando o débito automático e me lembro de que foi aquilo... porém sempre me alegro quando a revista chega, mesmo que quase nunca também eu a leia (inteira, ao menos)...
Percebi que a vida acadêmica que eu queria está ruindo... não sei se era bem o que eu queria mesmo, não sei se a escolha do curso de pó-graduação foi boa, a escolha da instituição, a escolha de permanecer ali... tudo sempre me pareceu tão bom, e agora parece que algumas das minhas escolhas estão erradas... não por serem ruins, mas apenas por não serem para mim... só não engano da minha escolha sexual (mas quem disse que essa é uma escolha? rsrs)
E agora estou, no meio da madrugada com as pernas doloridas e a barriga estranha como fome (mas comi aquele ótimo caldo verde que minha mãe fez com a ervilha e a calabresa que eu comprei à tarde, com meu dinheiro suado e merecido de professor secundário, que agora parece nunca vou deixar de ser...
Ai, este post está, ficou chato. Desculpe-me pelo possível aborrecimento... e agora o CD está pulando (deve estar riscado: ainda bem que "Chão de giz" não está, penso agora...)
Bem, vou tentar deitar com frases na cabeça como "eu seria mais feliz se recebesse carinho de outras mãos que não fossem as minhas", ou "quatro carpas djs e um livro que afunda", esta eu li na revista, a outra eu mesmo formulei antes de me masturbar, sem nem pensar no garçom ainda, e nem sei se é verdade, pois às vezes me sinto bem feliz com meu próprio toque, mas isso não deixa a frase mais ou menos falsa, a não ser quando colocada num grau comparativo, mas estou muito cansado pra fazer isso agora.
Eu só queria que o dia amanhecesse... ah, quando levanto minhas pernas elas melhoram... quem sabe se eu me deitar, elas não param de doer? Será que preciso de uma camisa de força ou de vênus? Ou apenas de um livro, uma fonte de vida, e não precisar ler críticos, pois eles me cansam mais que cigarros e minhas pernas... eles não me levam a lugar algum e nem podem me matar de câncer... acho

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Hey, eu posso escolher!

Vendo televisão, eu estava pensando esses dias em como a propaganda nos faz pensar ou mesmo escolher coisas, o que é meio função dela mesmo, mas tem vezes que ela exagera, como quando eles criam uma promoção para que você compre alguma coisa e tal, e ganhe um prêmio. Muitas vezes é um prêmio que não tem nada a ver com o que realmente queremos, com o que realmente estamos comprando e mesmo assim, eles nos oferecem.
Por exemplo: já vi várias vezes isso: se você comprar tal coisa, você ganha um show de não sei qual cantor, ou você ganha uma viagem a tal lugar, ou você ganha uma outra coisa igual, um produto similar, da mesma linha, enfim... ou brindes que muitas vezes nem são úteis ou pior: nem queremos.
Aí penso: porque eles não nos dão direito de escolha? Eu não quero um show de tal artista, não que eu não precise de diversão, mas eu quero ter mais dinheiro, comprando o que realmente eu quero e preciso por um preço mais barato para que sobre dinheiro para eu me divertir como eu achar melhor. Seja num show de um artista que eu goste, seja numa viagem que eu fizer para onde eu quiser, até porque eu posso também escolher não viajar, eu posso não gosta de viajar, é uma escolha minha.
Eu coloquei este exemplo da publicidade porque é algo aparente, mas existem vários outros momentos em que exploram nossa individualidade e nosso direito de escolha. E, num mundo aparentemente pautado pela individualidade (que algumas pessoas acham tão ruim, inclusive, mas não quero discutir isso aqui agora), é exatamente nossa individualidade que está sendo abusada e explorada, nosso direito primordial de escolha.
Eu sei que não somos livres, de maneira total. Mas algumas coisas podemos sim, escolher, ora... se quisermos... e se estivermos sendo aliciados, que ao menos saibamos que estamos sendo explorados e que escolhamos ser explorados (porque às vezes nem é tao ruim, assim... desde que tenhamos consciência de que foi uma escolha nossa).

domingo, 27 de julho de 2008

A paixão (e as coisas)

A gênese da vida é a paixão.

Tá, eu sei, isso está piegas, mas é verdade. E é o que eu queria escrever sobre. A paixão, em seu sentido original, como sofrimento; a paixão como vontade, mudança. Tudo isso é paixão. Criadora e mantenedora das coisas, como um deus; espírito movente, e revitalizadora das tais coisas, como um demônio.
As coisas mudam, mas sempre estão lá. Por mais invisíveis que sejam, ou estejam, sempre estão lá, como as nuvens que vão e voltam, muitas vezes sem formas, que nem percebemos direito, mas que estão lá. Apenas notamos quando elas se fazem notar, aparecer, como quando aparecem diferentes.
Seria a força da paixão assim também? Espírito movente, revitalizador das coisas que cria, das coisas que mantêm. Será que é necessário manter? Ou é necessário revitalizar? Ou é necessário nenhuma dessas coisas? Seria necessário apenas viver? Ou vivemos por que na verdade queremos mesmo?
E a paixão? Existe? É maior, menor que o amor? Eles são tão diferentes assim? A paixão gira a nossa vida, cria coisas, revitaliza as mesmas, torna-se nuvem. Tudo.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Que tal: sonhos reais?

Ai, muito se fala sobre ter sonhos, sua importância e tal... hoje em dia também se fala muito sobre a diferença entre sonho e objetivo de vida, que seriam coisas muito distintas, (mas na verdade, nem tanto também...) pois o que eu queria falar aqui hoje é sobre a importância do sonho, porém sem esquecer um outro aspecto importantíssimo.
Uma vez quando um grupo do qual eu fazia parte quis abrir um estabelecimento comercial e um de nossos integrantes disse assim: temos dinheiro para abrir e para fechar? Foi uma pergunta estranha em meio a toda empolgação que um sonho (principalmente em vias de realização) carrega, porém extremamente importante. Aí entendemos que o sonho predestina uma realização. Não podemos apenas sonhar com olhos fechados (e algumas vezes a cabeça e os braços também... rsrs).
Não sei se estou indo um pouco na contramão do que às vezes até eu acredito e falo para muitas pessoas, mas antes de sonhar, ou melhor depois de sonhar, é necessário ter os pés no chão e encarar a realidade para ver se o sonho é possível. Pois um sonho tem que ser mais do viável, real.
Os sonhos têm que ser reais. Parece um paradigma (e até acho que seja mesmo) mas é verdadeiro, pelo que eu penso. Os sonhos reais podem ser os mais difíceis, porém também os mais prazerosos, pois no sonho você até pode "cair sem se machucar", como disse se não me engano Sandra Mara Herzer (peço permissão para usar tal citação que ouvi na primeira peça de teatro que vi na minha vida) em lindas palavras, mas quando você acorda, por mais que você não tenha se machucado, foi ainda apenas um sonho. E quando você goza na vida real, esse gozo tem gosto, cheiro, consistência, assim como um machucado real, é verdade. Mas você pode pegar e sentir.
Não quero destruir a idéia do sonho, reitero. Sonhar é importante, quase imprescindível até, mas é ainda só sonhar. Que tal transformar nossos sonhos em sonhos reais? No qual podemos nos machucar de verdade, porém em compensação, gozarmos de verdade também?

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Desprotegidos

Semana passada, ocorreu-me um pensamento de que o amor não existe. Existe apenas a idéia dele, até mesmo sua entidade, mas ele mesmo não. Mas o que me foi mais terrível e quase incrível mesmo foi de que esse pensamento me pareceu tão simples de ser e de acontecer que fiquei estarrecido comigo mesmo. O amor em si não existe, só existem suas aplicações. Não é uma coisa tão difícil de entender, portanto ela pode perfeitamente existir. Pensei, nesta mesma ocasião de que o amor é proteção, cuidado ou mesmo posse. Porém esta proteção, este cuidado não tem a ver com carinho e nem a quem ele se destina, porém mais de quem se origina. Algo assim: eu amo, não importa quem, não importa quando, não importa se a pessoa quer ou não o meu modo de amar, também não importa a pessoa que supostamente eu ame, mas importa apenas a mim, pois eu amo. Percebi que o amor, assim como quase (?) todos os outros sentimentos humanos (ou seriam humanizados?) é egoísta, pois vive em si, pelo que eu pensei. E esse amor sobretudo proteção pode não ser bom para o amado, mas pode ser bom para o amante. Agora esse amor é de todo bom? E mais: será que podemos nos sentir portegidos e/ou amados ao mesmo tempo sempre? Proteção e amor são, então, sinônimos?
Às vezes pensamos que ficarmos desprotegidos, desamparados é a pior coisa do mundo. Às vezes até é. Mas será que sempre? Porque, no fundo, pense bem: estamos todos desprotegidos. Pela sociedade, às vezes pela família, às vezes por quem achamos que amamos ou nos amam, às vezes por nós mesmos. Será que não nos amam (ou não nos amamos)? Ou será que apenas estamos, simplesmente e nada mais, desprotegidos? E até que ponto isso não é assim tão ruim...?

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Quando o excesso vira rotina

Eu nunca quis uma vida de rotina. Provavelmente por isso que, quando era mais novo, quis ser fazer teatro e ser ator. Achava que eles tinham uma vida mais emocionante, ou pelo menos não tanto rotineira, quanto acordar no mesmo horário todo dia (seja ele qual for), ir trabalhar, voltar para casa, divertir-se com amigos ou namorados, namoradas, em algum momento do dia ou da semana (muitas vezes esses momentos podem até ser cronometrados), voltar pra casa, dormir e recomeçar o dia tudo de novo... eu não queria isso, mas comecei, quase que deliberadamente (ou não) a ter uma vida rotineira.
Até que percebi que o que sempre gostei mesmo foram os excessos(gente, como é difícil escrever excesso!!! rsrs).E é tão bom quando a gente encontra na vida algo que a gente gosta de fazer, um lugar onde a gente gosta de morar, uma pessoa que a gente gosta de conviver... você acha que o mundo foi feito para você... mas depois as coisas mudam. Porque infelzimente não se pode viver no exagero. Mas a rotina também nos prende muito. E viver uma vida medíocre (no meio do caminho) é horrível. É aí que às vezes o equilíbrio nos aponta como uma saída viável, possível, não sei se a melhor saída, mas enfim...
O ruim é quando algo que era bom vira um inferno, justamente por não pensarmos que aquilo "bom" poderia se tornar tão ruim. Quando o excesso vira rotina, ou seja, quando aquilo que sonhamos ser uma saída legal, agradável, às vezes a única possível, vira mais uma prisão irrefreável; quando o paraíso vira um inferno. E você vê que seu sonho, seu sonho de vida, sua vida, não é mais como você pensava.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

De fora é mais fácil entender

É bem verdade que só falamos de nós mesmos. Mas sempre tudo o que vem de fora é muito mais fácil comentar. É muito melhor, mais cômodo e mais fácil você jogar responsabilidades nos ombros dos outros. E não estou falando apenas de coisas ligadas a trabalho ou de coisas externas. Afinal, tudo que é de fora é muito mais fácil comentar. Estou falando do que se passa dentro de nós. O que é muito mais difícil. E novamente cumprimos nossa regra de, sempre quando falamos nos outros, acabamos falando de nós mesmos.
Sempre achamos que podemos ser felizes se algo nos acontecesse, ou se algo não nos acontecesse. Se alguém nascesse, se alguém morresse, se eu encontrasse tal pessos, se eu nunca tivesse encontrado tal pessoa, se eu tivesse ficado no emprego, se eu tivesse largado. E quase sempre nos apoiamos em muletas externas para entender o que está acontecendo conosco e não pirarmos. O que é uma defesa até certo ponto interessante e esperta, porém não muito inteligente, pois quando nos deparamos que o problema está dentro de nós mesmos e mais: a escolha também, ficamos sem chão.
Aceitar-se é muito mais difícil do que aceitar alguém ou alguma coisa de fora, com exceção de que você ache que esse "de fora" é muito mais parecido e mexe muito mais com você do que qualquer aparentemente interna e importante. É complicado sangrar, porém muitas vezes é necessários vermos o próprio sangue sair dali e perceber que quem deu a ferida fomos nós mesmos e sairmos da condição de vítima de tudo. É bom quando você vê sua vida como num filme. Muito ruim é quando você se percebe protagonista desse filme e vê que as lágrimas são de verdade, não colírio (aliás, muito menos colírio) e também que o sangue não é groselha (e a vida não é tão doce).
Mas pior mesmo é quando você enxerga que quem estava na frente do computador que imprimiu o roteiro da sua vida, é(adivinha quem?): você mesmo!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Com a blusa na mão

Mais uma vez vou falar de nós em relação aos outros... parece até que me encarneci neste tema, né? Mas acho que foi isso mesmo, porém é algo que eu já queria falar há muito tempo. Inclusive já peço desculpas antecipadas pelas pessoas que lêem porque eu demoro a postar, mas as coisas estão corridas. Isso também é algo que as pessoas nao vêem muito...
Enfim, vamos ao assunto: eu sempre fui chamado de bem prevenido e, modéstia à parte, sou mesmo. Na minha bolsa sempre tem (quase) tudo. E, com este tempo louco, eu gosto de estar bem prevenido e, no caso, isso quer dizer bem protegido contra o frio, a chuva, essas coisas que não podemos controlar. Muitas vezes nem podemos controlar o que está dentro de nós, imagine o que está fora?
Eu acordo cedo(não muito cedo, é verdade, mas cedo) e volto para casa muito tarde. Portanto, saio com muita roupa, vou tirando durante o dia para depois voltar a colocar. Porém, em alguns momentos em que vejo pessoas em mangas de camisa, ou mesmo com camisetas sem manga, e eu com a blusa na mão, é estranho... Porém o mais estranho não é o que eu sinto, mas sim o que eu vejo nas pessoas.
Elas me olham como se eu fosse de outro mundo. Às vezes até acho que sou mesmo um pouco metido, como o comentado no outro post, pois eu não ligo e realmente devo ser. Se bem que, sejamos sinceros, eu até ligo, sim, senão não estaria escrevendo um post falando disso... mas tem uma coisa que elas não sabem: primeiro eu sinto o frio que eu quiser, o corpo é meu e quem vai sentir sou eu; segundo: ninguém sabe a hora que eu vou voltar pra casa, logo ninguém sabe a razão de eu estar assim tão cheio de blusas.
Pode parecer besteira, mas é uma metáfora de como as pessoas agem na sociedade. Parece que você precisa se adequar a certas coisas que você não acha tão importante, mas... sobre sentir, eu odeio frases do tipo: "eu sei o que você está sentindo", "eu já passei por isso". Ora, por mais que existam situações semelhantes, nunca ninguém passou exatamente pelo que a outra pessoa passou, pois somos diferentes. Aliás, diferentes, graças a Deus! Ou ao diabo, vai saber?
Pra que se importar se você acende uma vela para um ou para outro: a alma é sua. Isso se você acreditar em alma, o que também não é obrigado. Mas as pessoas insistem. As pessoas insistem em obrigá-lo a fazer parte de um sistema, a olhar para sua blusa na mão e fazer algum tipo de censura silenciosa, quando só você sabe o frio que você passa e só você sabe quando e para que vai usar aquela blusa na sua mão.
Momento de agradecimento às pessoas que comentam. Desculpe o final sentimental, mas parece que eles sentem quase o mesmo frio que eu sinto, pois parecem entender certas coisas que escrevo aqui. Um beijo pra vocês!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Aquilo que esperam de nós

Essa semana aconteceu uma coisa um tanto quanto diferente. Soube, meio sem querer e por caminhos meio tortos, que tenho fama de metido. As razões que me foram elencadas para receber tal denominação não foram suficientes, o que me fez pensar nos valores do suposto "caluniador". Mas, enfim, esta situação um pouco delicada (que, confesso, veio a me tornar também um pouco prazerosa, em certo sentido) me fez pensar em algo que já ouvi muito falar, mas nunca tinha sentido na pele e portanto, nunca tinha percebido com tantos como agora: o modo como as pessoas nos vêem. E me surpreendi ao constatar que, constatemente, o modo como o mundo nos rotula e como nos entendemos a nós mesmos são diferentes.
Pôxa, eu fui chamado de metido! Logo eu, que me acho tão legal! hahaha... tudo bem, essa defesa pode ser na verdade encarada como uma denúncia, pois também nem sempre o que somos (ou o que achamos que somos) é o que parece ao mundo. E eis aí toda a nossa confusão social.
Quando você se mostra a alguém, pode até estar criando uma personagem, que perigosamente pode escapar de seu próprio controle e tomar conta da sua vida: isso é realmente muito perigoso, como coloquei. Porém, às vezes, estamos tentando ser nós mesmos (ou o máximo que nos aproximamos disso) e ainda não parece suficiente para a sociedade. Porque vivemos em sociedade e as inter-relações (feliz ou infelizmente) existem, são um fato e temos de fatidicamente (já que são um fato) aceitá-las. Porém nem sempre temos de aceitar as convenções sociais. Eis aí a nossa suposta "malandragem", ou seja, tentarmos escapar a conceitos, a imagens, a tudo aquilo que esperam de nós, tentando simplesmente nos aproximarmos daquilo que somos.
Mas, o que somos? Bem, não precisamos dizer o que somos, apenas sentir e expressar. Porque quando conseguimos raciocionar o que somos, já estamos nos adequando a um sistema que pode, muitas vezes, não ser o nosso. E aí sim, seremos rotulados, vistos, comentados, porque já somos "os outros", já viramos "outros" na boca e no conceito (que não vamos julgar aqui) dos "outros", e não somos mais nós mesmos.
Não precisamos do outro para nos classificar. Aliás, nem precisamos nos classifcar, pois isto já ns sugere outrem. Temos de ser nós mesmos, se quisermos. Ou, tentar nos aproximar o máximo possível do que tentamos ser. E já isso é tão difícil; imagine quando você ainda tem que ser você mesmo e se preocupar com a imagem que cria nos outros! Ah, não temos todo esse tempo, não é? Os outros que se danem! Tenho uma solução: sejamos nós mesmos, para que os outros se confundam quase sempre! Beijos a todos!

domingo, 15 de junho de 2008

Por enquanto...

Você tem uma casa? Um lar? Quando você se sente desamparado, meio à parte do mundo, meio sem rumo, para onde você corre?
Estava pensando nisso depois de ouvir "Por enquanto" na voz da Cássia Eller... por mais que eu tenha onde morar (e agradeço isso a todo instante, pois um dos meus maiores medos é não ter mais onde morar, por alguma razão que ainda não sei ao certo explicar), eu não sinto que eu tenha uma casa, um lar. E creio que isso tem pouco a ver com o sentido de você ter casa própria, morar de aluguel ou mesmo morar na casa dos seus pais, ou tios, ou irmãos, ou seja, um lugar que ainda não seja de fato seu, um lugar onde você não possa colocar suas marcas particulares.
Um lugar onde você não possa colocar suas marcas particulares... isso é muito interessante, ou seja, quando começamos a expressar nossa personalidade, queremos expressá-la de vários modos. Um belo exemplo é como no mundo virtual temos possibilidades de arrumar nossos sites, como queremos, dentro do possível, cores, formas, fotos, tipos de letra, enfim, essas coisas. E é bem isso que temos vontade de fazer, ou que fazemos de uma maneira ou de outra e a isso chamamos nossa casa, nosso lar, nosso lugar: tornar esse espaço nosso, não no sentindo de posse, mas no sentido de pensar você também fazer parte dele e ele de você, como quando você gosta de um barzinho ou de uma boate, ou mesmo da companhia de amigos... quando você está bem seja num lugar que você gosta, ou seja com pessoas que você gosta, você diz se sentir em casa, não é? Pois é, é esse tipo de casa que estou falando, uma casa subjetiva, uma casa que seja sua, sem necessariamente o dinheiro ter de comprá-la... nem tudo que você comprou é seu e se você apenas pensa que é seu aquilo que você adquiriu por meio da grana, meu querido, minha querida, então você é muito mais capitalista do que pensava e ainda terá de repensar suas idéias, uma vez que o dinheiro acaba e alguns sentimentos também, porém estes demoram mais para acabar, e ao contrário do dinheiro, à medida que você gasta, geralmente terá mais e as coisas podem ser suas, sem você ter posto seu dinheiro nelas, desde que você ponha nelas suas marcas particulares que podem também ser invisíveis a incautos e só você entenda que são suas.
Eu, sinceramente, ainda não encontrei minha casa, porém por enquanto posso pensar que ela pode ser um lugar que ainda não conheço, ou pessoas que já conheço, mas nunca pensei que pudessem ser a minha casa, enfim, a casa não é um lugar onde moramos, mas quando nos sentimos bem... e eu sinceramente nunca tinha pensado nisso... e podemos pensar assim, por enquanto...

quinta-feira, 5 de junho de 2008

As fases de cada um

Ontem mesmo eu ia escrever um texto extremamente pessimista sobre a vida, o viver, enfim, essas coisas que somos quase que obrigados a fazer se quisermos ainda continuar vivos. Nós temos escolhas e podemos escolher viver ou não. E quando falo assim, não é no suicídio direto e simples que penso, mas sim naquele tipo de suicídio que muitas vezes impomos a nós mesmos achando que esse é o necessário para viver. Quanta bobagem pensar assim e agir assim! E pior ainda: escrever sobre isso dando quase uma lição de moral, ou nem tanto, mas com o intento de acordar as pessoas em relação a este fato.
A questão é que somos feitos de fases. Não temos certeza de nada nessa vida, nem se vamos estar vivos amanhã e como estaremos. E todos somos assim. Não é privilégio (seria mesmo um privilégio?) de algumas poucas pessoas com certo grau de estudo ou mesmo de "iluminação" que umas se sentem na necessidade de pensar que têm, como se a luz escolhesse pessoas e ainda tivesse graus de intensidade ou não...
Mas, enfim o que acontece é que não sabemos quando estaremos bem ou mal. E somos todos diferentes. Não é bem bipolaridade. A não ser que todos sejamos um pouco bipolares que nem saibamos. E nem falha de caráter, assim como algumas pessoas insistem em falar (dizem agora até que cigarro é falha de caráter quando há pouco tempo se achava que era charme ou apenas um vício, refúgio para alguns que não vamos julgar aqui). Ou seja: todos estamos passíveis das mudanças de humor, ou melhor dizendo das fases ruins ou boas. Aliás, que só são ruins ou boas porque já incutimos nelas juízos de valor que elas mesmas não tinham. Humanizamos o que poderíamos ter de mais animal, de mais orgânico e de mais vivo. Ou animalizamos ainda mais nossa essência humana ao acharmos isso uma doença, uma loucura. Quando a loucura maior é mesmo não termos fases e nem mudanças e ficarmos estáticos. Como a primeira planta que pode ter ficado estática e por isso não a conhecemos: ela não evoluiu, ela não mudou, ela ficou como está e onde está e por isso morreu.
Ainda bem que nós mudamos, que somos voláteis, bipolares em parte (a ponto de não sermos necessariamente doentes), e temos fases. Essas fases não deixam de ter parcialmente a culpa de sermos um pouco o que somos e carregar nossa identidade mesmo que mutante, porque a vida muda.

sábado, 24 de maio de 2008

Sobre não escrever

Quando eu lia coisas sobre autores que têm bloqueio, ou então o medo de se ficar em frente a uma folha em branco, eu achava uma bobeira... mas é porque eu não passava por isso e não imaginava o quanto poderia ser ruim... não vamos falar aqui sobre o ato de não escrever, é apenas um exemplo, mas sim sobre o ato de fazer certas coisas que as pessoas não esperam ou mesmo não entender os outros.
Como diz Sartre, "o inferno são os outros"... podemos entender inferno de várias maneiras, não sei como colocar aqui, mas chamaremos de aquilo que não entendemos, que não tem uma lógica compreensível à nossa mente ou mesmo aquilo que não seja sensível a nossos olhos e nossa pele. Inferno não é o desconhecido, mas o incompreensível e o nem sequer pendente de compreensão... (gostei das reticências hoje, perceberam?)
Às vezes me proponho a escrever. Fico momentos pensando, às vezes horas e dias e não sai nada... penso que se tivesse que sobreviver para isso, ou tinha morrido, ou tinha procurado outro emprego ou tinha me obrigado a escrever (e aí não sei se sairiam coisas boas... se bem que não sei se saem mesmo quando demoro...) e não sai nada... porque não tenho que me obrigar a escrever, eu ainda(pelo menos ainda) não preciso... assim como não precisamos saber viver... aliás "saber viver" é uma contradição em termos como diria Renato Russo, porque saber implica consciência e viver implica mais que consciência, implica experiência (e tudo junto e misturado), portanto é preciso viver. Mas será que viver já não é inerente ao respiro de cada ser que simplesmente não está morto? Penso que não... uma coisa é existir, outra é viver, parafraseando Oscar Wilde...
Vixi, citei tanta gente e ainda não disse nada... ou disse tanta coisa que confesso que me perdi nesta publicação, mas o que eu queria dizer é que não devemos nos sentir obrigados a nada. A obrigação não nos é aprendida, mas apreendida como algo imposto, que devemos fazer, e não como possilibidade, que podemos fazer se quisermos, se acharmos realmente necessário... portanto se eu quiser escrever, eu escrevo; se eu quiser trabalhar, eu trabalho; se eu quiser amar, eu amo; se eu quiser aceitar um amor, eu aceito; se eu quiser viver, eu vivo.
A escolha do não está implicíta. E pessoas que vivem (não que existem) sabem disso. Tampouco é necessário entender os outros, a não ser que você queira, e mesmo respeitar. Se você acha que o respeito é importante, legal... se não, não. Se você acha que julgar os outros é necessário, ótimo, se não não...
Mas também não quero que vocês me entendam, apenas quero que me leiam... e se não entenderem e se não me lerem, tudo bem, a decisão está com cada um... afinal, você é obrigado a fazer isso?

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Eu sou louca e adoro ser assim!

Gente, peço aqui licença para fazer um comentário sobre novelas. Eu mesmo não as classifico como obras de arte, e sim obras de entretenimento. Mas não há como negar que elas praticamente já fazem parte de nosso cotidiano e quiçá de nossa cultura (pelo menos do ponto de vista midiático), até mesmo por que algumas são extremamente bem feitas. Pois bem, primeiramente quero desmitifcar a idéia de que comentar sobre novela é coisa de gente que fica na fila do banco e que não tem nada o que fazer. Até porque essas pessoas analisam tanto novelas, filmes que passam na tv, seriados, que poderíamos até dizer que só não são especialistas em comportamento humano porque não chegaram a estudar críticos e teóricos, mas não deixm de o ser, de uma maneira, até mesmo mias direta e simples (e por que não verdadeira?). Portanto fiquemos livres de preconceitos contra novelas e contra as pessoas que assistem novela. Porque, quando dá tempo, eu também dou uma espiadinha. Para que me fazer de falso puritano?
Falando em falso puritanismo, eu queria aqui ir ao tema do post propriamente dito: a personagem Maria Silvia, da novela "Duas caras". Eu não imaginava que ela seria uma vilã tão interessante! Existiram outras mais marcantes, é verdade, como a Nazaré, a Odete Roitmann, a Bia Falcão, a Perpétua, enfim uma infinidade nas novelas. Mas a Silvia não é de se descartar.
Ela é louca. Como quase toda vilã que se preze. No fundo, a gente sabe que essas vilãs só são tidas como loucas, pois agem segundo seus impulsos (para não dizer instinto, aliás algo humaníssimo)e têm coragem de fazer valer suas vontades. Isso, até certo ponto, é louvável. Sabemos também que para vivermos harmoniosamente em sociedade não podemos fazer valer todas as nossas vontades sem pensar no todo (as outras pessoas, o meio ambiente e toda aquela coisa), mas é muito interessante ver, mesmo numa obra de ficção, alguém se entregando às suas vontades, dizendo do que gosta mesmo de fazer, não se importando com o que as pessoas pensem.
Quando uma personagem, estupefato ao saber da idéia de assassinato que Silvia teve, disse: "Você é louca!" E ela, sem falso puritanismo: "Eu sou louca e adoro ser assim". Tá, a Silvia pode não fazer algo muito legal, tentando matar alguém, mas venhamos: precisamos, às vezes, de pessoas com essa fibra (não exatamente de loucura, mas até mesmo de verdade e auto-convencimento) para ainda termos esperança na vida.
Se bem que ter esperança na vida é uma frase muito falsa puritana (sem querer ser pessimista, mas é difícil termos esperança na vida. São duas palavras muito longínquas e até cansa pensar na combinação delas). Precisamos mesmo é de pessoas que apenas falem verdade o que pensam e querem. É isso que faz falta. Ai, meu Deus, depois as pessoas me perguntam porque sempre gosto mais dos vilões.... por que será, não?

domingo, 20 de abril de 2008

Somos humanos?

É impressionante como um caso policial e familiar teve uma repercussão tão grande no país todo. A morte de uma criança, não se sabe ainda por quem, sendo que o pai e a madrasta são alguns dos principais acusados. Tá, tudo bem, concordo que o caso foi extremo e tal, mas não querendo desmerecer o caso e nem o sofimento dos familiares e amigos da menina, é algo que infelizmente acontece muito. Não é a primeira e, provavelmente, não deve ser a última vez que algo similar acontece.
Tá certo também que não é só por isso que devemos nos acostumar à crueldade, mas também não sejamos hipócritas pensando e chorando por alguém que nem chegamos a conhecer, sendo que temos que pensar também nas coisas que na nossa vida não andam bem. E quando digo isso, será que estou sendo cruel também? Mas quando digo isso, não digo pensarmos apenas em nós mesmos (e assim sermos egoístas), mas sim nas pessoas que realmente amamos. Às vezes vemos na televisão um crime desses e ficamos horrorizados, quando na verdade, fazemos coisas piores em casa. Tá, podemos não matar ninguém da forma concreta, mas às vezes alguma palavra que dizemos fere muito alguém, ou mesmo alguma atitude que julgamos simples (e às vezes até é mesmo), mas para alguém que amamos não foi tão simples assim. De qualquer forma, temos que olhar mais para dentro de nós e de nossos grupos socias (família, amigos) antes de nos horrorozarmos com algo externo, o que é, primeiramente, muito fácil.
Antes de terminar, queria colocar mais uma pequena reflexão que na verdade dá título ao post: ser humano é ser "bom"? Mas o que é, então, ser "bom"? É muito complicado isso. O ser humano é muito complexo, ele não é apenas "bom". Além de "bom" ser juízo de valor. Algo pode ser "bom" para alguém e não tão "bom" para outrém. De qualquer forma, creio que não devemos ter medo nem vergonha do que sentimos, do que apenas sentimos: amor, ódio, inveja, amizade (ou falta dela), enfim, tudo é humano, e como disse um filósofo antigo que me esqueci agora o nome (rsrs... desculpe): "nada que é humano me é desconhecido" ou algo assim.
Se você não é tão "bom", mas é feliz assim, seja quem você é, ou acha que é...

sábado, 12 de abril de 2008

Funcionalidade

Quem nos tem acompanhado, sabe: eu já publiquei um post sobre "Produtividade" e coisas afins. O de hoje não será muito diferente, mas com uma preocupação específica: a formação ou a educação, como queiram.
Vi essa semana na televisão um comercial em que se dizia: "eu já sei ler e escrever, mas o que vai dizer se eu aprendi ou não é a Provinha tal....", não vou nem falar o nome, mas é um exame para alunos do primeiro ciclo do Ensino Fundamental (para quem não está habituado aos termos, é o antigo primário). Tá, tudo bem, eu acho legal avaliar os alunos, o ensino e tal, e é mesmo importante, mas vocês percebem como tem alguma coisa errada na frase que a aluna teve de decorar para o comercial de TV na tentativa de convencer os professores a motivar os alunos a participarem? Bem, se forem professores conscientes como esse tipo de propaganda (só pela propaganda, não pela prova em si), aí é que não deixariam seus alunos fazerem a prova mesmo, porque não dá para se avaliar alguém por uma prova!
Um aluno, um ser humano, é muito mais que uma simples prova! Ou seja: os resultados "práticos" de ler e escrever só serão válidos após ser feita uma prova proposta pelo governo? Quem preparou esta prova? Com que objetivo? Essas pessoas têm como pensar em todos os alunos (e as pessoas em formação mesmo) de maneira igual num país tão grande? É como numa sociedade em que se tem que provar ser funcional; se alguma coisa é boa, é porque funciona bem, não apenas porque tem bons objetivos ou coisas assim. Aliás o próprio termo "objetivo" é funcional demais.
Pessoas que não são ligadas diretamente à educação: desculpem por este post tão voltado para isto! Mas eu acho relevante a discussão que sempre temos que provar alguma coisa e fazer algo com alguma finalidade definida. Ou seja, perde-se a intuição. Mais do que isso: a naturalidade. E, quando se perde o que se é natural, a funcionalidade não pode salvar algo feito para ser artificial.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Vamos falar do futuro?

O futuro nos parece muito estranho. É engraçado verificarmos como sempre (em todos os tempos) muita gente se questionou sobre isso. Não quero ser saudosista do presente, mas antes quando os casais se separavam, levavam juntos seus livros e cds (percebam que já estou colocando a época dos cds no passado). Agora os livros ainda existem fisicamente (por mais que muitos baixados da internet ou mesmo nos e-books que, graças a Deus, ainda não viraram moda, pelo menos não de onde eu venho), mas os cds: quem vai querer ficar com eles? Cada um tem seu mp3, mp4, mp5 ou sei lá o quê e cada um curte o que quer, em seu próprio momento. É quase uma masturbação! Vejam que estou apenas usando um exemplo, mas para percebermos como o mundo parece cada vez mais surreal e estranho.
É certo que o futuro (e mesmo o presente) nos dá coisas boas. Este blog mesmo e os milhões de blogs que existem por aí, são exemplos de coisas boas. Qual editor em sã consciência publicaria o que um maluco fala escrevendo às duas da manhã de cueca em frente à tela do computador? (se bem que há vários malucos que ganham dinheiro exatamente assim) Mas, de qualquer forma, é algo a que se pensar.
Mas há uma coisa que me intriga: as músicas podem não existir mais, mas as separações vão continuar, os motivos quase sempre são os mesmos e se não há os cds para dividirem, há coisas mais importantes, como sentimentos gastos... Blogs existem há pouco tempo, mas vontade do ser humano se expressar existe há muito tempo e mais do que se expressar: ser ouvido e, quiçá, ser respondido. Isso existia antes dos blogs e vai continuar existindo depois... Depois? O que virá depois dos blogs e das músicas baixadas pela internet? Sei lá, ninguém sabia o que viria depois do jornal e do LP. Só se sabia que as separações continuariam e a vontade de se expressar do ser humano também.
Portanto, acabamos não sendo nós que nos adapatamos ao mundo moderno, mas o mundo moderno acaba se adaptando a nós e quando falamos em futuro, vemos que o tempo não passa tão rápido assim, e que é apenas tempo. Um tempo perdido numa infinidade de facetas humanas. É verdade que o relógio não para. Até deixarmos de dar corda nele, ou esquecermos de colocar a bateria. O futuro não passa de uma invenção para termos a infeliz idéia de vivermos menos. Futuro? O futuro não é tão longe assim...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Aquilo que não temos

Quatro dias depois, vamos a uma nova reflexão. O Carnaval passando, a grade festa de esquecimento do povo, mas lembrar é sempre o melhor remédio. Em quase todas as situações. Na política, na nossa vida social, amorosa também. E sempre cabe mais uma reflexão ao falarmos sobre lembrança e esquecimento: posse. Será que aquilo que temos é realmente assegurado, ou será que sempre é bom refletirmos sobre isso?
Pense bem: algo que temos é o nosso presente. Por mais que tenhamos confiança, determinação, a segurança e a estabilidade nem sempre nos acompanham. E isso é normal. Ser inseguro é normal! Em relação a muitas coisas, à nossa vida profissional, à nossa vida amorosa e por aí vai... só complica quando vemos que podemos estar errando.. mas como vamos saber, já que somos mesmo inseguros e a estabilidade só vem acompanhada mesmo de um concurso público?
Nem sempre aquilo que acreditamos ter, nós temos. E isso não é apenas culpa da insegurança. Muitas vezes as coisas que acontecem na nossa vida acabam nos mostrando que não somos apenas tão inseguros quanto pensamos e que no fundo até podemos estar certos. Certos de não termos aquilo que pensávamos ter. Seja um trabalho, um amor, qualquer coisa em qualquer situação.
Mas daí, chegamos a outra questão: desapontamento e orgulho. Desapontamento pela situação que nos era confortável (ou até mesmo prazerosa) e orgulho por nos julgarmos sábios o bastante para sermos inseguros. Pois se desconfiávamos de algo e esse algo acaba por tornar-se verdadeiro, por mais que soframos, acabamos nos orgulhando disso. Que loucura, né? Mas é nosso orgulho que acaba falando mais alto. Enfim, a questão é: adoramos ter, às vezes mais do que ser. E quando isso acontece ou se torna muito evidente, as coisas complicam para nós e acabam ferindo nosso próprio ego, aquilo que realmente temos. Ou melhor: será que temos a nós mesmos, se não nos conhecemos tão bem quanto imaginávamos?

No post passado, falei que o Carnaval era uma alegria quase irresponsável. Quero corrigir uma possível injustiça que eu possa ter feito: existe muita gente que leva o Carnaval a sério, que são as pessoas que trabalham nele. Quero parabenizar a todos que fazem desta festas um grande espetáculo de alegria, cor, formas e música. São verdadeiros artistas da ilusão. O que não podemos fazer é deixar esta ilusão (não apenas a do carnaval) nos tomar a vida inteira. Se conseguirmos fazer isso, ótimo; senão paciência.
Beijos a todos!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Frida e o macaco (esqueci de colocar no texto)


Carnaval...

Ai, ai. Clichê falar do Carnaval, né? Que é uma festa popular, que na verdade, como quase todas as festas populares servem como pão e circo para o povo e etc e etc. Pois é, sabemos de tudo isso: sabemos que existem muitas coisas que ficam debaixo dos tapetes mesmo em tempos de quaresma, o que dirá em tempos de carnaval, não é? Então nem falemos disso. Além do que, Carnaval é tempo de alegria. Mas a minha pergunta é: temos do que nos alegrar?
Como já disse em outras ocasiões, nem sempre temos tudo. E, às vezes, é bom que reclamemos e não fiquemos nos menorizando vendo aquilo que temos e nos conformemos com isso. Temos sonhos, anseios e é bom que o sigamos, ora essa. Quando não desejarmos mais nada, estaremos mortos.
E Carnavel é tempo de festejar. Termino logo, breve como esses quatro dias de alegria quase irresponsável, falando que se temos o que festejar, ótimo: festejemos; senão, pensemos no que não temos e busquemos. Agora, se não conseguirmos, tenhamos calma, é difícil mesmo lidar com frustações; você é um ser humano normal, não um super homem ou uma super mulher. Sobre a alegria quase irreponsável que coloquei ali, depois juro falar sobre os trabalhadores do carnavel, tá? Acho importantíssimo falar disso, mas vamos deixar para outra postagem, tudo bem?

Gente, termino colocando também mais uma imagem de Frida, desta vez uma foto creditada a Fritz Henle, de 1943, em que ela aparece em frente ao seu estúdio, com um macaco no colo. Se Frida é nossa patrona, vocês entenderam o porque do nome "Casa do macaco" agora, né? Ela, além de uma artista impressionante (em todos os sentidos), também correu atrás de seus sonhos e se tornou simplesmente Frida Kahlo.
Beijos a todos!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Bem e mal

Quem já não foi criança e brincou de mocinho e bandido? Quem já não ouviu histórias entre o bem e mal? Quem já não percebeu que o bem sempre vence no final? E quem já percebeu que o bem e o mal não são tão diferentes e separados assim?
É isso mesmo: o bem e o mal coexistem. Mas não vamos àquela velha história de que um não existe sem o outro, isso é um fato. É um fato de tanto conhecimento de todos que nem precisa de reflexão. A nossa reflexão está no bem que existe no mal e vice-versa.
Todos sabemos que bem e mal, bom e mau, são juízos de valor, estabelecidos de acordo com alguma sociedade de alguma cultura. Aprendemos o que é bom, o que é mau e sabemos discernir e até mesmo sabemos como nos utilizar deste juízo de valor. Quem é totalmente bom ou totalmente mau? Que ação pode ser considerada puramente boa ou má? Depende. Assim como tudo na vida depende. Depende de algum juízo, depende de alguém, de alguma coisa, de alguma situação. Tudo depende.
A maioria das literaturas infanto-juvenis (e mesmo algumas religiões) nos mostra uma visão maniqueísta desse ponto de vista. Sempre existe o bem e sempre existe o mal. O mal pode até ser mais divertido, mas o bem sempre prevalece no final. E assim crescemos pensando que o bem e o mal são coisas completamente diferentes.
Todos sabem que fumar faz mal à saúde. Mas para quem fuma, pelo menos por algum tempo, causa uma sensação boa. Todos sabemos que uma canja no iverno é boa. Mas e para quem não gosta de galinha, a canja vai ser boa também? São exemplos muito simples e corriqueiros, mas que nos mostram que bem e mal são juízos de valor. E que, com exemplos simples e básicos percebemos que o mundo não é tão dividido assim em duas cores. Ele é multiforme, multifacetado. Vamos dar um pulo na mitologia grega: os deuses gregos não eram essencialmente bons ou ruins, eles eram como nós, humanos, fazendo o que eles achavam certo: para alguns era bom, para outros ruim. E assim a vida vai: bondade e maldade está na cabeça de cada um, não nas suas ações.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Produtividade?


Quando eu era mais novo e desenhava uma árvore, sempre a fazia carregada de alguma fruta (na maioria das vezes, eram maçãs). Uma psicóloga me explicou, certa vez, que isso era devido a uma idéia que eu tinha de produtividade. Que todos os dias para mim deveriam ser produtivos. Eu encarei aquilo como um elogio (e creio que até o era). Mas o que é produtividade, afinal?

Acabei de ouvir num jornal que o ITA, aqui de São José dos Campos, é o instituto com maior produtividade no país. Ora, tudo mundo sabe que o ITA é um celeiro de cérebros ligados à engenharia, mecânica, mecatrônica, enfim essas paradas tecnológicas. Nada contra, afinal cada um estuda o que quer e ainda bem que existe a diversidade em tudo; além de, é claro, todos nós nos aproveitarmos da tecnologia. Mas, pensemos: o mundo moderno é cheio dela e dá muita importância a ela. Tanta importância que acaba ofuscando outras áreas como a arte e a educação por exemplo. Pensemos na arte. Há coisa mais desconstrutivista do que a arte? E a arte é maravilhosa justamente por causa disso.

Vivo dizendo que São Josés dos Campos é uma cidade de peões. Sem querer ferir, mas já ferindo, é verdade. Como já disse ali, nada contra, que seja uma cidade voltada à teconologia e tal, mas que tenha também um espaço para a arte e a cultura. E, quando digo isso não é só no nível social, mas principalmente no nível intelectual e de vida das pessoas, na sua vida íntima.

As pessoas têm medo da arte, pois a arte desconstrói, incomoda, remexe, vira. Mas imagine algo parado. As pessoas hoje em dia só vêem produtividade naquilo que é útil, não naquilo que pode ser diferente ou até mesmo ruim na hora, para depois ser bom. Toda mundança é boa. Por mais que ela demore a mostrar seu lado bom.

A arte pode não ser útil, mas é sempre produtiva, de alguma forma. Mas é uma produção que quase ninguém vê, são revoluções tão pequenas que acontecem nas pessoas que quase passam despercebidas. Quase. E ainda bem que elas acontecem. Mas, isso, infelizmente, não são todos que vêem nem sentem. Por isso, ela não pode ser considerada produtiva. Se pensarmos bem, não é tão ruim assim, pois como disse Oscar Wilde: "Toda arte é inútil!"


Vai também uma obra de Frida Kalho. Fiz uma grande injustiça em não falar dela desde o início. Eu e minha grande amiga Natacha Maurer pensamos na Casa do Macaco com a imagem da Frida. Então, aí vai ela: beijos a todos!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Alimento nosso de cada dia

Todos já devem ter ouvido que "nem só de pão viverá o homem". Pois é, esta é uma das grandes verdades da Bíblia. Alimentos para a alma são mais necessários do que alimentos para o corpo. Quando falamos em sustento, não estamos falando apenas de pão e água. Quem pensa assim, não entende nada da palavra sustento.
Muitas vezes temos tudo: comida, bebida, dinheiro, casa, trabalho, bens materiais e formais. Mas não temos o que nos alegra. Será que devemos nos sentir culpados por isso? Só porque aquilo que temos não nos é suficiente devemos nos acomodar e tentarmos ser felizes com queilo que aparentamos ter ou ser? Afinal, como a maioria pensa, temos tudo e, senão somos felizes, parece frescura. E quando digo isso, não é no sentido de eterna insatisfação diante das coisas, mas sim de que não nos devemos pautar por aquilo que acham que é melhor para nós.
É bom também não termos tudo. Se tivéssemos, seria muito fácil viver, não brigaríamos por nada, não desejaríamos nada e nossa vida seria muito mais parada (ou será feliz?). Bem, daí depende do ponto de vista de cada acerca da felicidade. Mas desejamos e nos alimentamos de várias formas, não apenas daquilo que as pessoas esperam que desejemos ou nos alimentemos. Não devemos, também, ter vergonha de não sermos felizes quando parecemos possuir tudo, quando na verdade sempre nos falta algo. Este algo é nosso alimento de cada dia, é o que nos faz viver. É este algo que desejamos, espero que não em vão, para podermos viver satisfatoriamente e, quem sabe, sermos felizes.
(Mas será que sermos felizes já é pedir demais?)

domingo, 27 de janeiro de 2008

Aquilo que desejamos

Ouvi certa vez num filme que temos de tomar cuidado com aquilo que desejamos. Fiquei pensando: realmente temos de ter este cuidado. Nem sempre aquilo que desejamos é o melhor para nós, pois não nos conhecemos o suficiente para podermos fazer uma escolha acertada. Mais uma vez nos voltamos para o auto-conhecimento e para a busca da felicidade. Mesmo sabendo que este assunto é de suma importância para nossa vida.
Mas realmente temos de ter cuidado com queilo que desejamos e escolhemos. Às vezes aquilo que achamos ser o melhor, nem sempre o é. E às vezes nos deparamos com pessoas, coisas ou situações que, à primeira vista, não nos interessam ou não são do nosso gosto, mas que depois acabamos por verificar que podem ser interessantes ou mesmo pode ser aquilo que precisávamos ou até que gostamos, de alguma maneira que ainda não conhecíamos.
Em algumas situações, nossos desejos nos pregam peças. Até porque um desejo é algo instável, um desejo quase nunca se econtra no tempo presente, mas no futuro, como algo que vai acontecer, que vai se realizar, já perceberam? E, sendo assim, não sabemos se ele será bom, ou o melhor para nós naquele momento. E às vezes, este desejo realmente não é bom. A vida, então, se encarrega de fazer-se presente e, por vezes, escolher por nós (por mais que sempre tenhamos a possibilidade da escolha própria) e acaba mostrando que nossos desejos nem sempre são os mais acertados. E, quando aceitamos os presentes que a vida nos dá (nos questionando algumas vezes, pois é bom, mas aceitando) vemos que o futuro nem sempre é vislumbrado como queríamos, mas como deveria ser, desde que seja para nossa felicidade. Ou para nosso crescimento nem sempre feliz, mas sempre essencialmente bom.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Medéia terá que morrer?

Estava pensando: será que Medéia terá que morrer para que eu possa viver em paz? Parece engraçado, ou até mesmo bizarro, mas é apenas um exemplo (eu mesmo sou apenas um exemplo disso tudo). Quem conhece a história, sabe quem é Medéia. Ela é uma personagem literário-mitológica, já usada por Eurípedes e Sêneca, sendo a mulher que mata os filhos por amor e vingança ao marido que escolheu uma nova esposa mais jovem. Eu tomei Medéia como um exemplo, como um protótipo. Em algumas vezes na nossa vida acabamos por incorporar algo ou alguém que não somos, mas que parecemos ou pretendermos ser, por inúmeras razões: aceitação de um grupo, auto-aceitação ou até mesmo auto-conhecimento.
Chegamos a um ponto importante: auto-conhecimento. É muito difícil responder a simples pergunta: "quem sou eu?". Tomamos consciência que ela não é tão simples assim. Às vezes, pelo afã de querermos saber quem somos, metemos os pés pelas mãos e nos iludimos a nós mesmos, criando personagens para a nossas vidas, tentando assim, preenchermos uma lacuna ainda vazia que é o nosso auto-conhecimento e respondermos aquela pergunta que pareceu tão simples. Então, nos espelhamos na Medéia, no Édipo, no Romeu, no Hamlet, na Blanche du Bois, na Soraia Montenegro, na Bia Falcão e até mesmo no Harry Potter.
Parece engraçado (seria cômico se não fosse trágico), mas é o que a maioria de nós fazemos mesmo que inconscientemente. E quando fazemos isso inconscientemente, creio que seja ainda pior, pois nem sabemos que estamos nos mascarando. Pior ainda quando a máscara já grudou à nossa cara e nem sabemos mais quem é personagem e quem é pessoa.
Buscar e encontrar a nossa personalidade (não as personagens dela, mas a essência) é realmente muito difícil e nem sempre conseguimos nosso intento. Por isso vamos fingindo que somos nós mesmos e, de vez em quando, nos percebemos seres reais. Mas aí ainda cabe a pergunta: seres reais de que realidade? Será que temos que guardar os livros na estante e as personas dentro de nós para tentarmos ser nós mesmo? Será difícil isso? Será que Medéia e outras personagens que revivemos tem que se despedir de nós, para que assim possamos viver?

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

A vida já é muito complicada para existir o preconceito

Hoje eu estava pensando em como a vida é muito complicada. Nós temos de crescer, escolher nossa profissão, ganhar dinheiro com ela, tentarmos ser felizes com essa vida que acabamos escolhendo (ou escolhem por nós) e ainda existe o preconceito.
Todo mundo sabe o que é o preconceito. É um pré-conceito de tudo que existe, ou seja, falando o português claro: as pessoas não sabem o que falam, pois não conhecem! Mas isto existe; e o preconceito é tão intrínseco em nossa vida e sociedade que muitas vezes nem sabemos que somos ou o quanto somos preconceituosos. E isso não é legal.
Como já disse no início, pense bem: já sofremos bastante, seja física ou psicologicamente. Estudamos, trabalhamos, nos apaixonamos, nos iludimos muitas vezes e ainda sempre tem de ter alguém para nos julgar se o que estamos fazendo é certo ou errado. Pôxa vida, assim nossa existência se torna quase insuportável.
Será que como dizem o amor pode vencer o preconceito? Será que ele é tao forte assim? Seja o amor entre pais e filhos, entre namorados, entre irmãos, entre amigos... será? Eu espero que sim, mas no momento, não sei responder. Só posso dizer que a vida, meus queridos, já é muito complicada para existir o preconceito. Se as pessoas se entendessem, ou ao menos, se aceitassem (até com certos receios que são compreensíveis), a vida seria menos complicada ou, no mínimo, menos insuportável.


Momento feliz: inicio meu blog em 25 de janeiro, coincidentemente o aniversário da cidade de São Paulo, que eu adoro (não moro lá, mas já estudei nessa cidade e tenho vários amigos de lá). Parabéns, Metrópole do Brasil! Grande lugar de oportunidades, paixões, ódios e preconceitos também. Mas ainda assim, um enorme coração de mãe que ajuda a todos que dali esperam alguma recompensa de vida e que tentam também deixar a vida menos insuportável. E parabéns a todos os paulistanos (os nascidos e os de coração) por fazerem esta cidade tão próspera de sonhos e de vida!


Espero que este blog também seja próspero e cheio de vida! Amém!