segunda-feira, 7 de julho de 2008

De fora é mais fácil entender

É bem verdade que só falamos de nós mesmos. Mas sempre tudo o que vem de fora é muito mais fácil comentar. É muito melhor, mais cômodo e mais fácil você jogar responsabilidades nos ombros dos outros. E não estou falando apenas de coisas ligadas a trabalho ou de coisas externas. Afinal, tudo que é de fora é muito mais fácil comentar. Estou falando do que se passa dentro de nós. O que é muito mais difícil. E novamente cumprimos nossa regra de, sempre quando falamos nos outros, acabamos falando de nós mesmos.
Sempre achamos que podemos ser felizes se algo nos acontecesse, ou se algo não nos acontecesse. Se alguém nascesse, se alguém morresse, se eu encontrasse tal pessos, se eu nunca tivesse encontrado tal pessoa, se eu tivesse ficado no emprego, se eu tivesse largado. E quase sempre nos apoiamos em muletas externas para entender o que está acontecendo conosco e não pirarmos. O que é uma defesa até certo ponto interessante e esperta, porém não muito inteligente, pois quando nos deparamos que o problema está dentro de nós mesmos e mais: a escolha também, ficamos sem chão.
Aceitar-se é muito mais difícil do que aceitar alguém ou alguma coisa de fora, com exceção de que você ache que esse "de fora" é muito mais parecido e mexe muito mais com você do que qualquer aparentemente interna e importante. É complicado sangrar, porém muitas vezes é necessários vermos o próprio sangue sair dali e perceber que quem deu a ferida fomos nós mesmos e sairmos da condição de vítima de tudo. É bom quando você vê sua vida como num filme. Muito ruim é quando você se percebe protagonista desse filme e vê que as lágrimas são de verdade, não colírio (aliás, muito menos colírio) e também que o sangue não é groselha (e a vida não é tão doce).
Mas pior mesmo é quando você enxerga que quem estava na frente do computador que imprimiu o roteiro da sua vida, é(adivinha quem?): você mesmo!

2 comentários:

Carlos Eduardo disse...

Discordo quando diz que é mais fácil aceitar os outros do que a si mesmo, afinal, ainda existe - e sempre existirá - intolerância e preconceito. Mas isso vai das pessoas, eu por exemplo, me considero muito bem resolvido.

T. disse...

Confesso que foi um esporro e que fiquei com medo de postar, pra ser sincero.
Mas, afinal, é um sinal de que a aceitação esta começando. O mais estranho foi é que tem hora que a gente se acha super bem resolvido, mas acontece alguma coisa que desencadeia uma pequena crise. É estranho...