segunda-feira, 21 de julho de 2008

Desprotegidos

Semana passada, ocorreu-me um pensamento de que o amor não existe. Existe apenas a idéia dele, até mesmo sua entidade, mas ele mesmo não. Mas o que me foi mais terrível e quase incrível mesmo foi de que esse pensamento me pareceu tão simples de ser e de acontecer que fiquei estarrecido comigo mesmo. O amor em si não existe, só existem suas aplicações. Não é uma coisa tão difícil de entender, portanto ela pode perfeitamente existir. Pensei, nesta mesma ocasião de que o amor é proteção, cuidado ou mesmo posse. Porém esta proteção, este cuidado não tem a ver com carinho e nem a quem ele se destina, porém mais de quem se origina. Algo assim: eu amo, não importa quem, não importa quando, não importa se a pessoa quer ou não o meu modo de amar, também não importa a pessoa que supostamente eu ame, mas importa apenas a mim, pois eu amo. Percebi que o amor, assim como quase (?) todos os outros sentimentos humanos (ou seriam humanizados?) é egoísta, pois vive em si, pelo que eu pensei. E esse amor sobretudo proteção pode não ser bom para o amado, mas pode ser bom para o amante. Agora esse amor é de todo bom? E mais: será que podemos nos sentir portegidos e/ou amados ao mesmo tempo sempre? Proteção e amor são, então, sinônimos?
Às vezes pensamos que ficarmos desprotegidos, desamparados é a pior coisa do mundo. Às vezes até é. Mas será que sempre? Porque, no fundo, pense bem: estamos todos desprotegidos. Pela sociedade, às vezes pela família, às vezes por quem achamos que amamos ou nos amam, às vezes por nós mesmos. Será que não nos amam (ou não nos amamos)? Ou será que apenas estamos, simplesmente e nada mais, desprotegidos? E até que ponto isso não é assim tão ruim...?

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