quinta-feira, 8 de maio de 2008

Eu sou louca e adoro ser assim!

Gente, peço aqui licença para fazer um comentário sobre novelas. Eu mesmo não as classifico como obras de arte, e sim obras de entretenimento. Mas não há como negar que elas praticamente já fazem parte de nosso cotidiano e quiçá de nossa cultura (pelo menos do ponto de vista midiático), até mesmo por que algumas são extremamente bem feitas. Pois bem, primeiramente quero desmitifcar a idéia de que comentar sobre novela é coisa de gente que fica na fila do banco e que não tem nada o que fazer. Até porque essas pessoas analisam tanto novelas, filmes que passam na tv, seriados, que poderíamos até dizer que só não são especialistas em comportamento humano porque não chegaram a estudar críticos e teóricos, mas não deixm de o ser, de uma maneira, até mesmo mias direta e simples (e por que não verdadeira?). Portanto fiquemos livres de preconceitos contra novelas e contra as pessoas que assistem novela. Porque, quando dá tempo, eu também dou uma espiadinha. Para que me fazer de falso puritano?
Falando em falso puritanismo, eu queria aqui ir ao tema do post propriamente dito: a personagem Maria Silvia, da novela "Duas caras". Eu não imaginava que ela seria uma vilã tão interessante! Existiram outras mais marcantes, é verdade, como a Nazaré, a Odete Roitmann, a Bia Falcão, a Perpétua, enfim uma infinidade nas novelas. Mas a Silvia não é de se descartar.
Ela é louca. Como quase toda vilã que se preze. No fundo, a gente sabe que essas vilãs só são tidas como loucas, pois agem segundo seus impulsos (para não dizer instinto, aliás algo humaníssimo)e têm coragem de fazer valer suas vontades. Isso, até certo ponto, é louvável. Sabemos também que para vivermos harmoniosamente em sociedade não podemos fazer valer todas as nossas vontades sem pensar no todo (as outras pessoas, o meio ambiente e toda aquela coisa), mas é muito interessante ver, mesmo numa obra de ficção, alguém se entregando às suas vontades, dizendo do que gosta mesmo de fazer, não se importando com o que as pessoas pensem.
Quando uma personagem, estupefato ao saber da idéia de assassinato que Silvia teve, disse: "Você é louca!" E ela, sem falso puritanismo: "Eu sou louca e adoro ser assim". Tá, a Silvia pode não fazer algo muito legal, tentando matar alguém, mas venhamos: precisamos, às vezes, de pessoas com essa fibra (não exatamente de loucura, mas até mesmo de verdade e auto-convencimento) para ainda termos esperança na vida.
Se bem que ter esperança na vida é uma frase muito falsa puritana (sem querer ser pessimista, mas é difícil termos esperança na vida. São duas palavras muito longínquas e até cansa pensar na combinação delas). Precisamos mesmo é de pessoas que apenas falem verdade o que pensam e querem. É isso que faz falta. Ai, meu Deus, depois as pessoas me perguntam porque sempre gosto mais dos vilões.... por que será, não?

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