Quando eu lia coisas sobre autores que têm bloqueio, ou então o medo de se ficar em frente a uma folha em branco, eu achava uma bobeira... mas é porque eu não passava por isso e não imaginava o quanto poderia ser ruim... não vamos falar aqui sobre o ato de não escrever, é apenas um exemplo, mas sim sobre o ato de fazer certas coisas que as pessoas não esperam ou mesmo não entender os outros.
Como diz Sartre, "o inferno são os outros"... podemos entender inferno de várias maneiras, não sei como colocar aqui, mas chamaremos de aquilo que não entendemos, que não tem uma lógica compreensível à nossa mente ou mesmo aquilo que não seja sensível a nossos olhos e nossa pele. Inferno não é o desconhecido, mas o incompreensível e o nem sequer pendente de compreensão... (gostei das reticências hoje, perceberam?)
Às vezes me proponho a escrever. Fico momentos pensando, às vezes horas e dias e não sai nada... penso que se tivesse que sobreviver para isso, ou tinha morrido, ou tinha procurado outro emprego ou tinha me obrigado a escrever (e aí não sei se sairiam coisas boas... se bem que não sei se saem mesmo quando demoro...) e não sai nada... porque não tenho que me obrigar a escrever, eu ainda(pelo menos ainda) não preciso... assim como não precisamos saber viver... aliás "saber viver" é uma contradição em termos como diria Renato Russo, porque saber implica consciência e viver implica mais que consciência, implica experiência (e tudo junto e misturado), portanto é preciso viver. Mas será que viver já não é inerente ao respiro de cada ser que simplesmente não está morto? Penso que não... uma coisa é existir, outra é viver, parafraseando Oscar Wilde...
Vixi, citei tanta gente e ainda não disse nada... ou disse tanta coisa que confesso que me perdi nesta publicação, mas o que eu queria dizer é que não devemos nos sentir obrigados a nada. A obrigação não nos é aprendida, mas apreendida como algo imposto, que devemos fazer, e não como possilibidade, que podemos fazer se quisermos, se acharmos realmente necessário... portanto se eu quiser escrever, eu escrevo; se eu quiser trabalhar, eu trabalho; se eu quiser amar, eu amo; se eu quiser aceitar um amor, eu aceito; se eu quiser viver, eu vivo.
A escolha do não está implicíta. E pessoas que vivem (não que existem) sabem disso. Tampouco é necessário entender os outros, a não ser que você queira, e mesmo respeitar. Se você acha que o respeito é importante, legal... se não, não. Se você acha que julgar os outros é necessário, ótimo, se não não...
Mas também não quero que vocês me entendam, apenas quero que me leiam... e se não entenderem e se não me lerem, tudo bem, a decisão está com cada um... afinal, você é obrigado a fazer isso?
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2 comentários:
Eu ultimamente tenho levado escrever como uma obrigação para a pratica e todo o blá blá blá.
Mas é uma escolha como você disse.
abraços
Ju
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