domingo, 20 de abril de 2008

Somos humanos?

É impressionante como um caso policial e familiar teve uma repercussão tão grande no país todo. A morte de uma criança, não se sabe ainda por quem, sendo que o pai e a madrasta são alguns dos principais acusados. Tá, tudo bem, concordo que o caso foi extremo e tal, mas não querendo desmerecer o caso e nem o sofimento dos familiares e amigos da menina, é algo que infelizmente acontece muito. Não é a primeira e, provavelmente, não deve ser a última vez que algo similar acontece.
Tá certo também que não é só por isso que devemos nos acostumar à crueldade, mas também não sejamos hipócritas pensando e chorando por alguém que nem chegamos a conhecer, sendo que temos que pensar também nas coisas que na nossa vida não andam bem. E quando digo isso, será que estou sendo cruel também? Mas quando digo isso, não digo pensarmos apenas em nós mesmos (e assim sermos egoístas), mas sim nas pessoas que realmente amamos. Às vezes vemos na televisão um crime desses e ficamos horrorizados, quando na verdade, fazemos coisas piores em casa. Tá, podemos não matar ninguém da forma concreta, mas às vezes alguma palavra que dizemos fere muito alguém, ou mesmo alguma atitude que julgamos simples (e às vezes até é mesmo), mas para alguém que amamos não foi tão simples assim. De qualquer forma, temos que olhar mais para dentro de nós e de nossos grupos socias (família, amigos) antes de nos horrorozarmos com algo externo, o que é, primeiramente, muito fácil.
Antes de terminar, queria colocar mais uma pequena reflexão que na verdade dá título ao post: ser humano é ser "bom"? Mas o que é, então, ser "bom"? É muito complicado isso. O ser humano é muito complexo, ele não é apenas "bom". Além de "bom" ser juízo de valor. Algo pode ser "bom" para alguém e não tão "bom" para outrém. De qualquer forma, creio que não devemos ter medo nem vergonha do que sentimos, do que apenas sentimos: amor, ódio, inveja, amizade (ou falta dela), enfim, tudo é humano, e como disse um filósofo antigo que me esqueci agora o nome (rsrs... desculpe): "nada que é humano me é desconhecido" ou algo assim.
Se você não é tão "bom", mas é feliz assim, seja quem você é, ou acha que é...

sábado, 12 de abril de 2008

Funcionalidade

Quem nos tem acompanhado, sabe: eu já publiquei um post sobre "Produtividade" e coisas afins. O de hoje não será muito diferente, mas com uma preocupação específica: a formação ou a educação, como queiram.
Vi essa semana na televisão um comercial em que se dizia: "eu já sei ler e escrever, mas o que vai dizer se eu aprendi ou não é a Provinha tal....", não vou nem falar o nome, mas é um exame para alunos do primeiro ciclo do Ensino Fundamental (para quem não está habituado aos termos, é o antigo primário). Tá, tudo bem, eu acho legal avaliar os alunos, o ensino e tal, e é mesmo importante, mas vocês percebem como tem alguma coisa errada na frase que a aluna teve de decorar para o comercial de TV na tentativa de convencer os professores a motivar os alunos a participarem? Bem, se forem professores conscientes como esse tipo de propaganda (só pela propaganda, não pela prova em si), aí é que não deixariam seus alunos fazerem a prova mesmo, porque não dá para se avaliar alguém por uma prova!
Um aluno, um ser humano, é muito mais que uma simples prova! Ou seja: os resultados "práticos" de ler e escrever só serão válidos após ser feita uma prova proposta pelo governo? Quem preparou esta prova? Com que objetivo? Essas pessoas têm como pensar em todos os alunos (e as pessoas em formação mesmo) de maneira igual num país tão grande? É como numa sociedade em que se tem que provar ser funcional; se alguma coisa é boa, é porque funciona bem, não apenas porque tem bons objetivos ou coisas assim. Aliás o próprio termo "objetivo" é funcional demais.
Pessoas que não são ligadas diretamente à educação: desculpem por este post tão voltado para isto! Mas eu acho relevante a discussão que sempre temos que provar alguma coisa e fazer algo com alguma finalidade definida. Ou seja, perde-se a intuição. Mais do que isso: a naturalidade. E, quando se perde o que se é natural, a funcionalidade não pode salvar algo feito para ser artificial.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Vamos falar do futuro?

O futuro nos parece muito estranho. É engraçado verificarmos como sempre (em todos os tempos) muita gente se questionou sobre isso. Não quero ser saudosista do presente, mas antes quando os casais se separavam, levavam juntos seus livros e cds (percebam que já estou colocando a época dos cds no passado). Agora os livros ainda existem fisicamente (por mais que muitos baixados da internet ou mesmo nos e-books que, graças a Deus, ainda não viraram moda, pelo menos não de onde eu venho), mas os cds: quem vai querer ficar com eles? Cada um tem seu mp3, mp4, mp5 ou sei lá o quê e cada um curte o que quer, em seu próprio momento. É quase uma masturbação! Vejam que estou apenas usando um exemplo, mas para percebermos como o mundo parece cada vez mais surreal e estranho.
É certo que o futuro (e mesmo o presente) nos dá coisas boas. Este blog mesmo e os milhões de blogs que existem por aí, são exemplos de coisas boas. Qual editor em sã consciência publicaria o que um maluco fala escrevendo às duas da manhã de cueca em frente à tela do computador? (se bem que há vários malucos que ganham dinheiro exatamente assim) Mas, de qualquer forma, é algo a que se pensar.
Mas há uma coisa que me intriga: as músicas podem não existir mais, mas as separações vão continuar, os motivos quase sempre são os mesmos e se não há os cds para dividirem, há coisas mais importantes, como sentimentos gastos... Blogs existem há pouco tempo, mas vontade do ser humano se expressar existe há muito tempo e mais do que se expressar: ser ouvido e, quiçá, ser respondido. Isso existia antes dos blogs e vai continuar existindo depois... Depois? O que virá depois dos blogs e das músicas baixadas pela internet? Sei lá, ninguém sabia o que viria depois do jornal e do LP. Só se sabia que as separações continuariam e a vontade de se expressar do ser humano também.
Portanto, acabamos não sendo nós que nos adapatamos ao mundo moderno, mas o mundo moderno acaba se adaptando a nós e quando falamos em futuro, vemos que o tempo não passa tão rápido assim, e que é apenas tempo. Um tempo perdido numa infinidade de facetas humanas. É verdade que o relógio não para. Até deixarmos de dar corda nele, ou esquecermos de colocar a bateria. O futuro não passa de uma invenção para termos a infeliz idéia de vivermos menos. Futuro? O futuro não é tão longe assim...