quarta-feira, 2 de julho de 2008

Com a blusa na mão

Mais uma vez vou falar de nós em relação aos outros... parece até que me encarneci neste tema, né? Mas acho que foi isso mesmo, porém é algo que eu já queria falar há muito tempo. Inclusive já peço desculpas antecipadas pelas pessoas que lêem porque eu demoro a postar, mas as coisas estão corridas. Isso também é algo que as pessoas nao vêem muito...
Enfim, vamos ao assunto: eu sempre fui chamado de bem prevenido e, modéstia à parte, sou mesmo. Na minha bolsa sempre tem (quase) tudo. E, com este tempo louco, eu gosto de estar bem prevenido e, no caso, isso quer dizer bem protegido contra o frio, a chuva, essas coisas que não podemos controlar. Muitas vezes nem podemos controlar o que está dentro de nós, imagine o que está fora?
Eu acordo cedo(não muito cedo, é verdade, mas cedo) e volto para casa muito tarde. Portanto, saio com muita roupa, vou tirando durante o dia para depois voltar a colocar. Porém, em alguns momentos em que vejo pessoas em mangas de camisa, ou mesmo com camisetas sem manga, e eu com a blusa na mão, é estranho... Porém o mais estranho não é o que eu sinto, mas sim o que eu vejo nas pessoas.
Elas me olham como se eu fosse de outro mundo. Às vezes até acho que sou mesmo um pouco metido, como o comentado no outro post, pois eu não ligo e realmente devo ser. Se bem que, sejamos sinceros, eu até ligo, sim, senão não estaria escrevendo um post falando disso... mas tem uma coisa que elas não sabem: primeiro eu sinto o frio que eu quiser, o corpo é meu e quem vai sentir sou eu; segundo: ninguém sabe a hora que eu vou voltar pra casa, logo ninguém sabe a razão de eu estar assim tão cheio de blusas.
Pode parecer besteira, mas é uma metáfora de como as pessoas agem na sociedade. Parece que você precisa se adequar a certas coisas que você não acha tão importante, mas... sobre sentir, eu odeio frases do tipo: "eu sei o que você está sentindo", "eu já passei por isso". Ora, por mais que existam situações semelhantes, nunca ninguém passou exatamente pelo que a outra pessoa passou, pois somos diferentes. Aliás, diferentes, graças a Deus! Ou ao diabo, vai saber?
Pra que se importar se você acende uma vela para um ou para outro: a alma é sua. Isso se você acreditar em alma, o que também não é obrigado. Mas as pessoas insistem. As pessoas insistem em obrigá-lo a fazer parte de um sistema, a olhar para sua blusa na mão e fazer algum tipo de censura silenciosa, quando só você sabe o frio que você passa e só você sabe quando e para que vai usar aquela blusa na sua mão.
Momento de agradecimento às pessoas que comentam. Desculpe o final sentimental, mas parece que eles sentem quase o mesmo frio que eu sinto, pois parecem entender certas coisas que escrevo aqui. Um beijo pra vocês!

Um comentário:

Marcelo de Oliveira disse...

As pessoas que olham pra vc com a blusa na mão devem pensar: - Pq esse idiota não está sem blusa como eu? A sociedade aliena as pessoas a pensarem e serem iguais... tudo o que é diferente causa "sensação" de desconforto!

Como vc bem disse, o calor ou frio são seus, do seu corpo, assim como qualquer idéia ou sentimento... e ninguém tem nada com isso...

Ser feliz e estar bem consigo mesmo é mais importante do que com transeuntes desconhecidos!

hauhauhau

abraço!