sábado, 12 de abril de 2008

Funcionalidade

Quem nos tem acompanhado, sabe: eu já publiquei um post sobre "Produtividade" e coisas afins. O de hoje não será muito diferente, mas com uma preocupação específica: a formação ou a educação, como queiram.
Vi essa semana na televisão um comercial em que se dizia: "eu já sei ler e escrever, mas o que vai dizer se eu aprendi ou não é a Provinha tal....", não vou nem falar o nome, mas é um exame para alunos do primeiro ciclo do Ensino Fundamental (para quem não está habituado aos termos, é o antigo primário). Tá, tudo bem, eu acho legal avaliar os alunos, o ensino e tal, e é mesmo importante, mas vocês percebem como tem alguma coisa errada na frase que a aluna teve de decorar para o comercial de TV na tentativa de convencer os professores a motivar os alunos a participarem? Bem, se forem professores conscientes como esse tipo de propaganda (só pela propaganda, não pela prova em si), aí é que não deixariam seus alunos fazerem a prova mesmo, porque não dá para se avaliar alguém por uma prova!
Um aluno, um ser humano, é muito mais que uma simples prova! Ou seja: os resultados "práticos" de ler e escrever só serão válidos após ser feita uma prova proposta pelo governo? Quem preparou esta prova? Com que objetivo? Essas pessoas têm como pensar em todos os alunos (e as pessoas em formação mesmo) de maneira igual num país tão grande? É como numa sociedade em que se tem que provar ser funcional; se alguma coisa é boa, é porque funciona bem, não apenas porque tem bons objetivos ou coisas assim. Aliás o próprio termo "objetivo" é funcional demais.
Pessoas que não são ligadas diretamente à educação: desculpem por este post tão voltado para isto! Mas eu acho relevante a discussão que sempre temos que provar alguma coisa e fazer algo com alguma finalidade definida. Ou seja, perde-se a intuição. Mais do que isso: a naturalidade. E, quando se perde o que se é natural, a funcionalidade não pode salvar algo feito para ser artificial.