terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Aquilo que não temos

Quatro dias depois, vamos a uma nova reflexão. O Carnaval passando, a grade festa de esquecimento do povo, mas lembrar é sempre o melhor remédio. Em quase todas as situações. Na política, na nossa vida social, amorosa também. E sempre cabe mais uma reflexão ao falarmos sobre lembrança e esquecimento: posse. Será que aquilo que temos é realmente assegurado, ou será que sempre é bom refletirmos sobre isso?
Pense bem: algo que temos é o nosso presente. Por mais que tenhamos confiança, determinação, a segurança e a estabilidade nem sempre nos acompanham. E isso é normal. Ser inseguro é normal! Em relação a muitas coisas, à nossa vida profissional, à nossa vida amorosa e por aí vai... só complica quando vemos que podemos estar errando.. mas como vamos saber, já que somos mesmo inseguros e a estabilidade só vem acompanhada mesmo de um concurso público?
Nem sempre aquilo que acreditamos ter, nós temos. E isso não é apenas culpa da insegurança. Muitas vezes as coisas que acontecem na nossa vida acabam nos mostrando que não somos apenas tão inseguros quanto pensamos e que no fundo até podemos estar certos. Certos de não termos aquilo que pensávamos ter. Seja um trabalho, um amor, qualquer coisa em qualquer situação.
Mas daí, chegamos a outra questão: desapontamento e orgulho. Desapontamento pela situação que nos era confortável (ou até mesmo prazerosa) e orgulho por nos julgarmos sábios o bastante para sermos inseguros. Pois se desconfiávamos de algo e esse algo acaba por tornar-se verdadeiro, por mais que soframos, acabamos nos orgulhando disso. Que loucura, né? Mas é nosso orgulho que acaba falando mais alto. Enfim, a questão é: adoramos ter, às vezes mais do que ser. E quando isso acontece ou se torna muito evidente, as coisas complicam para nós e acabam ferindo nosso próprio ego, aquilo que realmente temos. Ou melhor: será que temos a nós mesmos, se não nos conhecemos tão bem quanto imaginávamos?

No post passado, falei que o Carnaval era uma alegria quase irresponsável. Quero corrigir uma possível injustiça que eu possa ter feito: existe muita gente que leva o Carnaval a sério, que são as pessoas que trabalham nele. Quero parabenizar a todos que fazem desta festas um grande espetáculo de alegria, cor, formas e música. São verdadeiros artistas da ilusão. O que não podemos fazer é deixar esta ilusão (não apenas a do carnaval) nos tomar a vida inteira. Se conseguirmos fazer isso, ótimo; senão paciência.
Beijos a todos!

3 comentários:

Késsio Guerreiro disse...

Carnaval... amores...dúvidas... presente.... ter... ser... um post bem metafísico e introspectivo! E como toda instrospecção, reflete um eu pensante. Afinal Carnaval não é folia para todos...
Abraços

D. disse...

Poste sempre!

D. disse...

ainda esperando um novo texto.