O futuro nos parece muito estranho. É engraçado verificarmos como sempre (em todos os tempos) muita gente se questionou sobre isso. Não quero ser saudosista do presente, mas antes quando os casais se separavam, levavam juntos seus livros e cds (percebam que já estou colocando a época dos cds no passado). Agora os livros ainda existem fisicamente (por mais que muitos baixados da internet ou mesmo nos e-books que, graças a Deus, ainda não viraram moda, pelo menos não de onde eu venho), mas os cds: quem vai querer ficar com eles? Cada um tem seu mp3, mp4, mp5 ou sei lá o quê e cada um curte o que quer, em seu próprio momento. É quase uma masturbação! Vejam que estou apenas usando um exemplo, mas para percebermos como o mundo parece cada vez mais surreal e estranho.
É certo que o futuro (e mesmo o presente) nos dá coisas boas. Este blog mesmo e os milhões de blogs que existem por aí, são exemplos de coisas boas. Qual editor em sã consciência publicaria o que um maluco fala escrevendo às duas da manhã de cueca em frente à tela do computador? (se bem que há vários malucos que ganham dinheiro exatamente assim) Mas, de qualquer forma, é algo a que se pensar.
Mas há uma coisa que me intriga: as músicas podem não existir mais, mas as separações vão continuar, os motivos quase sempre são os mesmos e se não há os cds para dividirem, há coisas mais importantes, como sentimentos gastos... Blogs existem há pouco tempo, mas vontade do ser humano se expressar existe há muito tempo e mais do que se expressar: ser ouvido e, quiçá, ser respondido. Isso existia antes dos blogs e vai continuar existindo depois... Depois? O que virá depois dos blogs e das músicas baixadas pela internet? Sei lá, ninguém sabia o que viria depois do jornal e do LP. Só se sabia que as separações continuariam e a vontade de se expressar do ser humano também.
Portanto, acabamos não sendo nós que nos adapatamos ao mundo moderno, mas o mundo moderno acaba se adaptando a nós e quando falamos em futuro, vemos que o tempo não passa tão rápido assim, e que é apenas tempo. Um tempo perdido numa infinidade de facetas humanas. É verdade que o relógio não para. Até deixarmos de dar corda nele, ou esquecermos de colocar a bateria. O futuro não passa de uma invenção para termos a infeliz idéia de vivermos menos. Futuro? O futuro não é tão longe assim...
segunda-feira, 7 de abril de 2008
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Um comentário:
Deu vontade de amor a la Jane Austen.
e ainda:
"Tudo que eu fui ganhando foi em mim se complicando"
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